domingo, maio 27, 2012

DECANTO






 E calada
feri-me com espinhos das rosas brancas no campo

Murcharam entre tentativas de sobreviver às estações perdidas,
desnudas de encantos...

Na penteadeira entre fios dourados de cabelos, ficaram expostos os sonhos congelados
 

E o que fiz depois?

Não há brilho que dure à noite iluminando a escuridão do peito, feito um grande buraco vazio. Nem calor que aqueça a
vida de desejos perdidos...


De canto, decantei entre desencantos, 

Um silêncio ferido...
Desencantamos, perdemos o ponto...
E diluí
Parindo dores, gestando poesias
De matéria fria

Dói muito essas contrações do degelo...
Esse esvair de vida 
Em mudo apelo


MARIS FIGUEIREDO


Nenhum comentário: