domingo, março 25, 2012

(DI)VERSOS






Desses dias sem
Poesia

Talvez,
Rimem

No universo 
Íngreme 

Dos encantos
Escorregadios

 Que
Afundamos
Em pântanos
E prantos
Da tua ventania,
Os versos



Verbos
Despejados
No dia

Da partida
Sem sentido

Ecoando
Entre espaços vazios às
Linhas
Que se curvam
Em tentativas

E chorei tanto



Morreram
Sem nunca terem
Existido










Maris Figueiredo

terça-feira, março 20, 2012

DE VIAGENS, DE ESTAÇÕES E DE OUTONOS






AMO O OUTONO
ESSE SOL TERNO E  DE RAIOS TÊNUES

A NATUREZA DISTRAÍDA
PELAS MANHÃS FRESCAS
QUE NOS DESPERTAM

A SOMBRA FRIA,
UM AR GELADO
DE UM DIA ENSOLARADO
QUE AQUECE

SABOR DE LIBERDADE
SEU JEITO DE BRISA
E TONS PASTÉIS DE UMA
NOSTALGIA
VIBRANTE




AMO O OUTONO
SUAS CORES
SABORES

LUZ E
SOMBRA

SEU SOM
DESPRETENSIOSO
DE QUEM TRANSITA
SEM MEDO ENTRE O VERÃO E O INVERNO

AMO O OUTONO
AMO


PERCORRO  TODAS AS ESTAÇOES
SEMPRE À PROCURA
DO OUTONO ETERNO





MARIS FIGUEIREDO








sexta-feira, março 16, 2012

O TÉDIO NA HORA DO CHÁ




E QUE A CAFEÍNA NOS ACOMPANHE O ÓCIO, AMÉM!

MARIS FIGUEIREDO

terça-feira, março 13, 2012

CARTAS PRA NINGUÉM

VI


RIO DE JANEIRO, 14 DE MARÇO DE 2012.






Talvez, insconsciente ou não, sempre fui simpática à putaria. Será?
Embora, não os acompanhasse, sempre simpatizei com os rotulados  que "andam errado". Não que eu desejasse ser igual a eles em tudo... É que respeito quem age acreditando no que faz, mesmo que no fim nada dê certo.
 A ousadia e a coragem são características encantadoras e com o tempo podem se transformar em verdadeiros tesouros da alma. Essa minha admiração vem justamente do fato de me identificar com aqueles que, como eu, estão na estrada de peito aberto, aprendendo, experimentando e errando também.
E eu erro muito, isso não me torna orgulhosa dos meus tombos, mas eu tenho que admitir, erro!
Quero distância desses critérios da falsa moral: "faça o que falo, mas não faça o que faço". Me dou ao direito de não ter " bom gosto", esse que é aconselhável para ser aceito; me dou ao direito de desconfiar do " bom senso" e dos "bons modos da etiqueta e hipocrisia. 
Não suporto as unanimidades e o status decorrentes do senso comum. Nem sempre acredito no que faço, penso, reflito... Porém, muitas vezes, faço ainda que me ferre!
Gosto dos artistas justamente por esse gosto de rebeldia, de pensar o impensável e de criar. Gosto da arte, aprecio a arte... Só não suporto os pseudos estetas!

Maris Figueiredo

segunda-feira, março 12, 2012

ITINERÁRIO





Seguindo as nuvens
Inventando histórias das
Imagens que se formam

Entre
Sombras e luzes que
Se transformam
Concomitante aos
Meus passos

Largos, curtos
Atrevidos, caducos
Matutos, desbravadores,
Criadores de casos e
De caminhos


Molhando o céu
Olhando o pincel em
Seus tons azul, rosa
Amarelado... 

Pintando certo
Ou errado, se é que se pode
Fazer juízo de valor
Do próprio itinerário

Das escolhas
Dos tropeços
Dos cuidados
Por causa de medo
Do inesperado

Das doçuras
Das verdades
Da sinceridade
Das vontades
Dos desejos
Do bem que se cultiva 
Da coragem

Respirando toda clorofila
Numa consumação
Abusiva
De vida

Eternizando os passos em
Relâmpagos
 Ventanias

Despetalando
Brilhos
 Brisas

Despejando
O peso 
Da matéria no espaço





Maris Figueiredo