sexta-feira, agosto 12, 2016

VERDES

Verdes sonhos mudos
Pendurados aos galhos
Frutos de solo árido –
Um doce astro, ora cérebro, ora asno

Verdes sonhos mudos
De esperas, adocicados

Eles caminham comigo
Assim, como os seus

Das sementes ao vento em
Rasos espaços

Calcificados, mudos
Musicalizados
Aguando o corpo
Aguardam o tempo
De sabores desaprovados

Que  louco
Esse gostar esverdeado
Esperando provar os versos
Dos sonhos que vivem
Dependurados
No amadurecer
Dos passos...

Maris Figueiredo