domingo, maio 27, 2012

DECANTO






 E calada
feri-me com espinhos das rosas brancas no campo

Murcharam entre tentativas de sobreviver às estações perdidas,
desnudas de encantos...

Na penteadeira entre fios dourados de cabelos, ficaram expostos os sonhos congelados
 

E o que fiz depois?

Não há brilho que dure à noite iluminando a escuridão do peito, feito um grande buraco vazio. Nem calor que aqueça a
vida de desejos perdidos...


De canto, decantei entre desencantos, 

Um silêncio ferido...
Desencantamos, perdemos o ponto...
E diluí
Parindo dores, gestando poesias
De matéria fria

Dói muito essas contrações do degelo...
Esse esvair de vida 
Em mudo apelo


MARIS FIGUEIREDO


segunda-feira, maio 07, 2012

DIVINA LUZ

E QUE ESSA LUZ ME CUBRA
DIAS E NOITES

POIS QUE NÃO CONSIGO CAMINHAR NAS SOMBRAS
DAS MINHAS INCERTEZAS
COMO QUEM CARREGA A VIDA
ENTRE CRUZES

E QUE ESSE ALENTO
ME LEVANTE NOS TROPEÇOS
REFAÇA OS
DESTROÇOS...

DESFAÇA O PESO
DAS PEDRAS QUE SUSTENTO ENTRE
FARDOS QUE CRIO DIANTE DO QUE AINDA NÃO COMPREENDO
E OS FALSOS MEDOS

QUE O AMOR PLANTE EM MIM MUITAS
CURVAS CAPAZES DE RECEBER SEMENTES,
FRUTIFICANDO EM TRABALHO REDENTOR,
SUSTENTANDO A ALMA
SILENCIANDO A INQUIETAÇÃO, CALANDO A DOR

QUE ESSA DIVINA LUZ
FONTE DE AMOR, SABEDORIA
E FRATERNIDADE
ACENDA EM MIM
NOVOS HORIZONTES COM ESPERANÇA,
FÉ E BONDADE!

MARIS FIGUEIREDO

domingo, maio 06, 2012

LABIRINTO






TESEU PERDIDO
POR UM FIO
NAQUELES CAMINHOS

TESEU PERDIDO
POR UM FIO
TECIDO DAS LEMBRANÇAS
POR ONDE PASSAVA

TESEU PERDIDO
POR ONDE PASSAVA
UM FIO TECIDO
DAS LEMBRANÇAS

TESEU PERDIDO
DAS LEMBRANÇAS
NAQUELES CAMINHOS
POR UM FIO

TESEU PERDIDO
NAQUELES CAMINHOS
POR UM FIO
TECIDO DAS LEMBRANÇAS


 TESEU PERDIDO
 POR ONDE PASSAVA

TESEU PERDIDO
POR UM FIO
NAQUELES CAMINHOS
TECIDOS DAS LEMBRANÇAS

FIO PERDIDO
POR ONDE PASSAVA
TESEU
POR UM FIO

TESEU
NAQUELES CAMINHOS,


POR UM FIO TECIDO
 NAQUELES CAMINHOS, PERDIDO


 PASSAVAM LEMBRANÇAS
POR UM FIO

  NAQUELES CAMINHOS

POR UM FIO
UM FIO
FIO

TESEU  POR UM FIO,

PERDIDO!


MARIS FIGUEIREDO

sexta-feira, maio 04, 2012

CLASSIFICADOS



"Não procuro
 Alguém que aguente o peso das minhas mudanças, das trocas de pele... Que compreenda quando sofro a influência da lua, a influência dos planetas, quando passo pelos meus dias de luz e sombra. Que enxergue além das conjunções, tensões, quadraturas...
Respeite o hábito de movimentos seculares e os outros que surgem de explosões dos meus sóis internos, dessa alegria que consome e transborda vida. Dessa energia brotando sonhos que frutificam algumas esperas...
Que escute meus silêncios, não se incomode com meus barulhos. Que me deixe entregue as minhas pausas em pautas de músicas que vão do céu ao inferno. Projetando notas, criando verbos, acendendo luzes... Gritando sons ou abafando berros nas minhas contradições.
Que crie vínculos, nunca elos!Me perceba em busca, sendo, estando... Andante! Nunca completa! Errante! Simples e complexa nos símbolos, significados, às vezes, insignificantes.
Alguém que não precise estar todos os dias ao meu lado, mas que esteja sempre por perto...
Não procuro, não preciso. Apenas espero"...

Maris Figueiredo