segunda-feira, abril 11, 2011

POETAR

Nesse minuto
Quando paro
E deixo que a mente vadia
Trabalhe do ócio neste corpo denso

Nesse minuto
Quando sento no
Chão da cozinha
E vejo o quintal à tardinha
Pela soleira do tempo

Nesse minuto
Em que as folhas caem
Silenciosamente
E parecem tão sozinhas

Quando percebo as formigas
Seguindo aparentemente contentes
Abelhas adocicando feridas
Como se assim tão simplesmente
Se resumisse a vida

Esse minuto é movimento misterioso
Das sementes
Minuto em que se unem
Células guardando nascimentos latentes
Quando pétalas se abrem
E outras se despendem da lida

É minuto tão raro
Tênue

É escuro e luz
Nascente
A mim, tão caro
Pois que é minha
Sombra do afago

Minuto que
Me entende

É arte
Poesia


Maris Figueiredo


Nenhum comentário: