Nesse minuto
Quando paro
E deixo que a mente vadia
Trabalhe do ócio neste corpo denso
Nesse minuto
Quando sento no
Chão da cozinha
E vejo o quintal à tardinha
Pela soleira do tempo
Nesse minuto
Em que as folhas caem
Silenciosamente
E parecem tão sozinhas
Quando percebo as formigas
Seguindo aparentemente contentes
Abelhas adocicando feridas
Como se assim tão simplesmente
Se resumisse a vida
Esse minuto é movimento misterioso
Das sementes
Minuto em que se unem
Células guardando nascimentos latentes
Quando pétalas se abrem
E outras se despendem da lida
É minuto tão raro
Tênue
É escuro e luz
Nascente
A mim, tão caro
Pois que é minha
Sombra do afago
Minuto que
Me entende
É arte
Poesia
Maris Figueiredo
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